Sempre fui atraída por movimento: dancei por 22 anos, hoje faço escalada e surfe. Viajando, procuro montanhas, praias e vulcões. E, em minha profissão, também penso em termos de movimento: o que me move é ver alguém, antes em estado grave, sair andando do hospital. Essa cena, que tive e tenho a alegria de presenciar em minha atuação como médica, me impulsiona à frente.

Meu caminho na Medicina começou cedo: a decisão pelo curso veio aos 10 anos, na escola, durante uma aula de Anatomia Humana. Ali, encantada pelos músculos, ossos e sistemas, resolvi que seguiria essa profissão. Mas, antes disso, eu já vasculhava as enciclopédias e os livros de ciências em busca de conhecimento sobre o corpo humano, doenças e assuntos médicos. Aos 12 anos, uma pessoa muito próxima a mim adoeceu e eu tive o privilégio de cuidá-la, afeto que consolidou meu gosto pela futura profissão. E, por fim, ainda antes de ingressar na faculdade, fiz o curso de Instrumentação Cirúrgica na Santa Casa da Misericórdia, através do qual, ainda adolescente, pude participar de cirurgias de emergência, neurocirurgias e cirurgias ortopédicas. Meu interesse estava consolidado e, aos 17 anos, ingressei na Faculdade de Medicina da UFRJ.