Quando uma víscera, geralmente o intestino, sai do seu lugar original através de uma fragilidade ou falha em uma das camadas que formam a parede abdominal, ela causa uma protusão abdominal, que conseguimos notar pela palpação ou simplesmente porque há algo visível saltando no abdome. Isso é uma hérnia abdominal. Apesar de poderem ocorrer em qualquer parte da região abdominal, as hérnias são mais recorrentes na região da virilha e do umbigo. A hérnia inguinal (a que aparece na região da virilha) ocorre na maior parte das vezes em homens, e pode se estender até a região dos testículos, sendo, então, nomeada hérnia inguinoescrotal. As hérnias que ocorrem na região do umbigo são denominadas hérnias umbilicais e são geralmente pequenas, porém um pouco dolorosas. Outros dois tipos de hérnia são a incisional, que ocorre quando a falha da parede abdominal acontece exatamente na região da incisão de uma cirurgia antiga, e há ainda a hérnia epigástrica, que ocorre acima do umbigo, bem no meio do abdome.
Em geral, as hérnias causam poucos sintomas e podem surgir espontaneamente, como quando alguém faz muita força para evacuar, ou durante um grande esforço físico. Em alguns casos, uma alça intestinal que se insinue pela hérnia pode ficar obstruída e, nesses casos, é necessário fazer cirurgia de urgência, pois o órgão também pode isquemiar por falta de aporte sanguineo, levando até mesmo à necrose e perda de parte do intestino. A cirurgiã geral, Dra. Carolina Ribeiro, explica que a cirurgia pode ser feita de maneira convencional, com uma incisão sobre a região da hérnia, ou por videolaparoscopia, com incisões menores e com menor tempo de recuperação. Na cirurgia, o conteúdo da hérnia é devolvido à cavidade abdominal e o orifício herniário é fechado, sendo também colocada uma tela protética para reforço e reduzir os riscos de recidiva.